No último dia 17, sexta-feira, eu estava teclando no MSN com o japa MM (também conhecido como Hideaki) quando tive que interromper abruptamente o "diálogo" para atender uma emergência familiar lá em casa. Saí às pressas do trabalho e fui levar uma maçã para minha filha Karina, que precisava levar uma fruta de lanche na escola (eu tinha pego a última para comer no trabalho, e tive que devolver rsrs).
Na volta, lá pelo meio-dia, enquanto eu aguardava os colegas para almoçarmos, acessei a internet e vi uma "promoção relâmpago" da revista
Contra Relógio em parceria com a Olimpikus - a primeira pessoa que respondesse à pergunta "
Quais foram os corredores que já fizeram a maratona abaixo de 2h05?" ganharia uma inscrição "na faixa" para a
Meia Maratona das Pontes. Ao acessar a
página da CR, verifiquei que a
Eliana Akisino já havia respondido, e o Serginho declarou-a vencedora. "Paciência", pensei. Mesmo assim fui fazer minha própria pesquisa, e constatei que a Eliana não escrevera o nome de dois atletas que haviam feito sub-2h05 em 2010. Escrevi no blog que também queria o prêmio e fui almoçar. Durante o almoço o Serginho me ligou e informou que iria tentar conseguir mais uma inscrição pra mim. Show! Excelente!
Confirmada minha inscrição (valeu Olimpikus!), percebi que a prova já estava bem próxima de acontecer. Eu não estava treinando direito, muito menos para meia-maratona. Por outro lado eu já tenho uma boa experiência nessa distância, e fiz uma estratégia bem prudente para completar a prova sem sustos.
No sábado fui retirar meu kit no Hotel Transamérica. Como o preço do estacionamento lá é bem salgado (ouvi comentarem que estava em R$30), acabei indo de trem. A retirada foi tranquila e sem outros fatos relevantes.
Domingo saí de madrugada em direção a Sampa. Logo que pus o carro na rua vi um relâmpago e pensei "putz! Tá com cara de que vou correr com chuva". E não deu outra. A chuva chegou por volta das 6h e não parou mais.
Cheguei na estação Santo Amaro por volta das 6:20, mas fiquei por ali, no coberto, pois a largada era às 7h. Planejei sair dali 10 min antes da largada, para minimizar o tempo parado na chuva. Ainda fiquei alguns minutos debaixo da ponte Transamérica, pois a largada atrasou um pouco.
Mas quando a buzina soou, não tive outra opção senão encarar o toró e partir para minha 14ª meia maratona.
Logo de cara a gente sobe a Ponte Transamérica, mas não chega a atravessá-la. Antes de acabar de subi-la, já descemos para pegar a pista expressa da Marginal Pinheiros.
Vamos pela marginal até o km 6 e pegamos a alça da ponte estaiada que dá acesso à Av. Roberto Marinho. Até ali eu estava indo num ritmo sem grandes pretensões. Meu objetivo "prudente" era completar os 21km em 2h15. Estava virando os km um pouco acima de 6min, e ainda assim sentia que estava um pouco mais rápido que o recomendável.
Passada esta primeira "ponte", entramos na Av. Roberto Marinho, onde se faz uma "barriga" de ida e volta, adicionando alguns km ao percurso. Na volta ficamos frente a frente com a maior subida da prova: a alça mais alta da ponte estaiada.
Nessa subida eu resolvi deixar para trás 3 corredores que estavam me acompanhando há algum tempo. Na descida, do outro lado da marginal, apertei o passo para deixá-los definitivamente pra trás.
Essa "acelerada" diminuiu meus tempos parciais, e passei a marca de 10km um pouco acima de 1h.
Daí em diante abandonei completamente a prudência planejada e, ainda mantendo o objetivo de 2h15, comecei a ultrapassar alguns corredores, aos poucos, mas de forma constante.
Subimos novamente a ponte estaiada para voltarmos ao lado "original" da marginal. Entramos nessa via na marca de 12km e presenciamos um acidente automobilístico "fresquinho", que tinha acabado de acontecer: um carro bateu num ponto de ônibus, na pista local. Graças a Deus, acho que não tinha ninguém no ponto. O motorista sobreviveu.
Um km à frente, no 13, fizemos o retorno e encaramos quase 8km de "reta" - corremos todo trecho da marginal até a ponte Transamérica. Continuei ultrapassando, pouco a pouco, os corredores à minha frente. Sabia que a meta de 2h15 seria alcançada com tranquilidade. Passei os 15km um pouco acima de 1h27, já projetando 2h06 para o término, caso eu conseguisse ficar firme até o fim. Sub-2h seria uma loucura, e achei melhor não arriscar, pois não sabia até quando conseguiria manter aquele ritmo.
Por volta do km 19 eu tinha acabado de ultrapassar um corredor de camisa verde quando "acabou o gás", mas não totalmente. Dei uma reduzida, pois sabia que havia uma última subida antes da chegada. O cara de verde emparelhou e me ultrapassou perto do km 20. Fui acompanhando de perto, mas sem atacar.
Na subida da ponte Transamérica consegui novamente emparelhar com o verdinho, mas na descida ele abriu um pouco. Fizemos o último retorno, faltando poucos metros para a chegada, com ele um pouco à minha frente. Resolvi arriscar um sprint insano, louco mesmo. Ultrapassei o cara de verde sem chance de reação. Ainda consegui ultrapassar mais dois desavisados que não estavam nem aí com nossa (ou minha) disputa, e fechei a peleja em 2:00:42 (marcação pessoal líquida).
Como sabia que não tinha planos de fazer sub-2h, não cheguei a ficar frustado. Foi quase. Mas, por outro lado, este é meu segundo melhor tempo na distância, pior apenas que o sub-2h que fiz em 11/abr/2010, dia do aniversário da minha filha Beatriz (relato completo
aqui).
Os serviços pós-chegada estavam muito bons. Massagem, lanche, água, powerade, frutas, jornal, revista... Peguei o que conseguia segurar e fui embora, completamente encharcado e feliz.
No trem, fui conversando com outro corredor, veterano.
Graças a Deus não fiquei com nenhuma bolha no pé, minha única preocupação relacionada à chuva. Durante a prova, em alguns momentos, senti umas pré-cãibras, mas tb ficaram só na ameaça.
Volto às pistas só em 17/out, na 47ª Volta da USP, se Deus quiser.
ua
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