segunda-feira, 16 de abril de 2012

15/04/2012 - 13ª Meia Maratona Corpore


Números, números... Uma ideia abstrata para ajudar em questões bem concretas...
Desde que eu comecei a registrar minhas corridas, no final de 1999, esta de ontem foi a de número 200. Uma marca de certa forma especial, comemorada em uma corrida especial, em uma semana especial.
No dia 11 minha filha Beatriz completou 10 anos, outro número "bonitinho". O nascimento dela está de certa forma relacionado à minha participação na meia maratona Corpore, e em edições anteriores já foi motivo até para eu quebrar meus récordes nessa distância.
Meu objetivo original nesta corrida, minha 10ª participação, era bem agressivo e ousado: tentar um sub-1h50. Eu imaginava que meu treino para a maratona de SP me deixaria bem preparado para esta meta, mas alguns fatores externos não colaboraram para isso, e eu tive que rever minhas pretensões. Para comemorar a prova 200, pensei até em fazer 2h00, mas preferi tentar simplesmente um sub-2h.
No sábado, a festinha da Beatriz acabou meio "tarde", e fui dormir por volta da meia-noite. Acordei às 4h e cheguei à USP umas 5h30. Peguei meu kit com tranquilidade e voltei para o carro, para tentar dormir um pouco. Perto das 7h me dirigi novamente para a região de largada, e a fila do kit estava muito grande, o que levou a organização a anunciar um atraso de 10 minutos na largada.
Ainda consegui bater um papo com o grande guerreiro e brother Joka, figuraça, até poucos minutos antes da largada.
A minha largada foi na segunda onda. Teoricamente esse novo tratamento deveria ajudar na fluidez inicial da corrida, mas não foi isso que testemunhei. Ainda houve uma certa lentidão no primeiro quilômetro, pois a relação "quantidade de pessoas" x "espaço disponível" resultava numa densidade elevada.
Depois deste congestionamento inicial, consegui ajustar meu ritmo e tentei manter um passo perto de 5:30/km. A primeira parcial de 3km ficou em 16:50, um pouco acima do previsto por causa do início mais lento. Para compensar, a segunda parcial, na marca de 6km, foi de 16:01, bem mais rápido que o planejado. Será que eu conseguiria manter essa insanidade?
Na marca de 9km, outro 16:01 (diferença de décimos de segundo em relação à anterior). Não me empolguei, nem me assustei, e segui em frente para ver até onde eu mantinha aquele passo. Eu sabia que meus treinos das últimas semanas estavam bem fracos, e isso podia custar caro para o final da prova.
A parcial na marca de 12km foi de 16:29, exatamente o ritmo planejado originalmente, mas já indicava uma queda em relação ao ritmo anterior. Ao passar pela placa de 13km, entrando na USP, percebi que o gás tinha acabado e, a partir dali, só restava me arrastar pela segunda metade da prova. Por algum tempo travei uma batalha psicológica e finalmente decidi que, após tantos anos de corrida, eu deveria ter um mínimo de dignidade e experiência para encontrar um ritmo que me permitisse ir até o final sem andar.
Embora eu tivesse vários motivos que pudessem justificar um fracasso, entre eles: a falta de treino, o calor, o pouco tempo de sono, etc, mesmo assim eu não me apeguei a essas questões e decidi buscar forças para me manter "vivo" dentro da corrida. Não buscava mais um tempo rápido, mas apenas queria provar para mim mesmo que poderia me adaptar a um cenário indesejado.
Um pouco após os 15km, passou por mim o Guilherme. Não consegui lhe chamar. Mas, alguns metros adiante, ele começou a caminhar e emparelhei com meu amigo. Perguntei se ele estava bem e recebi uma resposta negativa. Fiquei preocupado. Pensei em andar com ele, mas continuei em meu ritmo lerdo. Parcial nos 15km: 16.59. Nos 18km: 18.28 (mesmo sem andar).
Mas aí, faltando 3km, com cerca de 1h41 de prova, percebi que se fizesse esta última parcial na casa de 18~19 minutos, conseguiria o sub-2h que tinha planejado antes da largada. Não seria um grande resultado para o que eu posso render, mas no cenário atual estava de bom tamanho.
Tentei apertar o passo, mas senti uma pequena dificuldade. O cansaço e o calor não colaboravam. Por outro lado, eu não estava com nenhuma dor crítica, e fui tentando correr firme rumo à linha de chegada. Um princípio de mal estar ameaçou se manifestar, mas felizmente ficou só nisso. Ainda que não tenha sido uma chegada forte, foi o suficiente para uma marca aceitável. 17.31 nos últimos 3,1km, totalizando os 21,1km em 1h58.19 (marcação pessoal).
Tomei um copão de gatorade gelado e entrei no Cepeusp para me refazer do desgaste. Tomei bastante água, descansei um pouco e voltei para casa, onde pude finalmente tomar um banho e dormir um pouco.
Agora preciso reajustar meus treinos para fazer a maratona de SP da forma menos patética possível. Pensei até em desistir deste ano, mas acho que ainda dá tempo de fazer algo minimamente aceitável até lá.

Marcação pessoal:
1- 16.50 (3km)
2- 16.01 32.50 (3~6km)
3- 16.01 48.51 (6~9km)
4- 16.29 1:05.20 (9~12km)
5- 16.59 1:22.20 (12~15km)
6- 18.28 1:40.48 (15~18km)
7- 17.31 (18~21,1km)
total: 1h58.19

Editado: atendendo a pedidos, segue abaixo a minha foto "puxando o pelotão" rsrs (quem me dera... tinha MUITA gente na minha frente)

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