quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

23/02/2014 - 8ª Meia Maratona Internacional de São Paulo (Yescom)

Minha sexta participação nesta corrida. Só não fui nas edições 2 e 3.
Acordei 4:15 da manhã, saí de casa às 5:15, preocupado apenas em encontrar um lugar para estacionar o carro na região do Pacaembu.
Desta vez foi mais tranquilo, sem nenhum "guardador" na região onde parei.
Antes mesmo de chegar à praça Charles Miller, encontrei o grande corredor Ivo Cantor, e trocamos uma boa prosa por alguns minutos.
Ainda não eram 7 da manhã, o termômetro marcava 22~23°C, e o clima estava ameno. Fiquei na região da praça aguardando a largada, encontrei o Sérgio da Sabesp que correria 5km, e finalmente fui alinhar para a partida.
A separação de ritmo é completamente fake. Na prática o pessoal se mistura todo. Culpa da organização e também dos próprios corredores.
Por conta disso, o primeiro quilômetro é bastante tumultuado. Eu não tinha grandes objetivos com relação ao tempo, e minha previsão inicial era qualquer coisa abaixo de 2h.
Os primeiros 3km foram num ritmo até certo ponto mais forte que o planejado, mas chegando ao minhocão duas coisas me incomodaram: a primeira foi uma pedrinha no tênis esquerdo. Parei, tirei o tênis, removi o incômodo e voltei à prova. O tempo perdido não me incomodou em nada. O segundo fator que me incomodou foi pior: não estava me sentindo bem na prova. Nenhum problema sério, mas percebi que o Sol me incomodava, ainda que não estivesse tão calor naquele início. Eu estava transpirando muito, mais do que o normal. Minha motivação estava bem fraca, eu não estava "na pegada" para essa corrida. Resolvi aliviar o ritmo de vez, mesmo ainda estando bem no começo, só para completar a prova sem grandes sofrimentos. Ainda tinha um pouco de preocupação com relação ao joelho direito, que ainda me gera uma certa insegurança, ainda que não esteja com algum problema grave.
No minhocão passou por mim o Rei, praticamente no mesmo ponto do ano passado. Também passou por mim o meu amigo das antigas Marcelo Contieri, num ritmo de fazer inveja. Já lá em baixo, perto da Folha de SP, também me ultrapassou o Guilherme Maio. E a regra era bem essa: todo mundo me passando. Mas isso não me desanimou. O que me incomodava mesmo era minha sensação de moleza e falta de motivação. A única coisinha que ainda mantinha um pequeno fogo aceso era tentar fazer um tempo abaixo de 2h, e mesmo assim eu estava começando a achar que esta meta poderia furar.
O abastecimento de água foi muito bom. Nem sempre estava gelada, mas consegui reidratar de forma satisfatória. Nos últimos postos, também joguei água na cabeça e nos braços, o que foi uma boa ideia, pois ajudou a refrescar.
Passei os 10km abaixo de uma hora, e os 11km na casa de 1h02. Pelas minhas contas, ainda estava dentro da meta, embora o plano original era 11km em 1h e os últimos 10km também em 1h.
No viaduto Eng. Orlando Murgel, que liga as avenidas Rudge e Rio Branco, passamos pela placa de 12km. O GPS há muito tempo indicava a parcial bem antes da placa, mas isso também já era um fato conhecido. Pegamos a rua Norma Blablabla, onde havia um posto de Gatorade em saquinhos. Àquelas alturas comecei a travar uma disputa psicológica para não andar. Se o nível de motivação já estava baixo no início da prova, conforme a temperatura esquentava e o cansaço começava a aparecer, a situação naturalmente só piorava. Meu primeiro desafio para não andar foi no viaduto ao lado do Memorial da AL. Beleza, esse eu passei tranquilo. Combinei comigo mesmo que iria trotar pelo menos até os 15km. Sabia que entre o 15 e o 16 tinha uma subida chata, que seria a desculpa perfeita para uma andadinha. E foi isso mesmo que aconteceu.
Em compensação, logo que a subida terminou eu voltei a trotar, e como que por milagre eu voltei confiante e com uma certa motivação. Como que por piada, no mesmo ponto da primeira passagem, senti uma pedrinha no tênis, mas agora do lado direito. Como estava num ritmo interessante, desta vez não parei. Aproveitei aquela motivação inesperada para recuperar alguns segundos, ainda que já soubesse que a meta de 2h tinha ido para as cucuias.
Passei bem pelas placas de 17, 18 e 19km. Mas ao voltar para a avenida Pacaembu, logo após o túnel, o desânimo voltou e dei uma paradinha para tirar aquela pedra do tênis. Aproveitei para andar um pouco, pois estava sentindo calor. Àquelas alturas os termômetros marcavam 28°C, nada absurdo, mas já justificavam o desconforto. O curioso mesmo foi minha atitude de tirar a camisa. Não lembro de, nos últimos 10 anos, ter feito isso em alguma prova. Talvez em algum treino, e olhe lá. Foi mais uma tentativa de refrescar, mas sinceramente não adiantou nada. Mas, só pelo fato curioso, deixo a fotinha para registrar:
Antes da placa de 20km voltei a trotar, só para acabar logo a prova. Ainda que não tenha passado por nenhum problema sério, senti que foi uma corrida muito chocha, e minha postura foi bem ruim, correndo desmotivado e sem aquela alegria normal. Não é uma prova para ser esquecida, mas deve ser lembrada como algo a não ser repetido.
Fechei a prova na casa de 2h05, que nem é um tempo tão ruim, mas que não significou nada porque sei bem como corri este evento.
Peguei a medalha, lanche e Gatorade, e fui me dirigindo ao local onde estacionei o carro.
Ainda estava na praça quando aconteceu o fato mais relevante do dia. Uma surpresa sem tamanho que mudou completamente o cenário em que me encontrava. Aquele que poderia ter sido o dia mais irrelevante passou a ser um dia que vou lembrar com muita felicidade por um bom tempo.
Como disse acima, eu estava andando em direção ao meu carro. Vindo na direção oposta, passou um cara com uma camiseta cheia de patrocínios, e levei uns 2 segundos para identificá-lo. "Putz! Eu sei quem é esse cara!" Mas demorou um pouco mais de tempo para eu lembrar o nome dele, o suficiente para que ele passasse por mim. Logo em seguida lembrei: "Fredison! É o cara que ganhou a maratona Disney agora em janeiro" (inclusive, foi a 3ª vez que ele foi campeão). Dei meia volta pensando comigo: "vou tirar uma foto com esse cara". Ele não devia estar longe, pois tinha acabado de passar por mim. Peguei meu celular-gps e comecei a procurá-lo. Logo visualizei, e vi que ele já estava retornando, na minha direção, conversando com ninguém menos que o Marilson, tricampeão da São Silvestre, bicampeão da maratona de NY.
Deixei de lado toda educação e abordei a dupla, inclusive perguntando como o Marilson foi na prova, pois não sabia se ele tinha ganho ou não. A despeito de eu ter atravessado a conversa deles, os dois foram muito educados e atenciosos. A impressão que eu tive é que o Fredison também estava com o Marilson para tirar uma foto com ele.
Quando paramos ao lado da van que iria levar o Marilson, peguei um desavisado que estava por ali e pedi para tirar uma foto. Olha só minha cara de felicidade:
Sinceramente, este registro tão simples, um momento tão inesperado, foi um baita presente que Deus me deu. Ainda mais se eu considerar que a prova em si não teve nada que pudesse me alegrar.
Cheguei até a pensar que, se tivesse corrido mais rápido, provavelmente não estaria ali no momento que eles passassem. Vai saber... os caminhos de Deus em nossas vidas são mais sublimes do que podemos imaginar.
Acho que vou por esta foto num porta-retratos.
Ainda transbordando de alegria, fui para o carro, comprei uma coca 600ml que tomei no caminho para casa. Além da coca, também tomei uma boa dose de água gelada que tinha no carro, de forma que comecei a ficar um pouco preocupado se não estava bebendo muito líquido. Fica um ponto de atenção em relação à minha parte fisiológica/metabólica, mas isso é um assunto que estou tratando.


Marcação pessoal a cada 3km:
16.47 - 3km
16.40 - 6km
17.08 - 9km
17.00 - 12km
17.38 - 15km (1h25)
20.19 - 18km
19.58 - 21.1km

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