Essa prova estava "engasgada" na minha garganta, pois nas minhas duas últimas participações eu havia quebrado sem completar.
Em 2012 eu não treinei direito.
Em 2013 eu estava inscrito e treinando bem, mas 2 meses antes da prova cancelaram, e mudaram para outubro (acabei correndo PoA sub-4h).
Em 2014 resolvi tentar de novo, mesmo sabendo que em outubro poderia estar calor. Treinei bem, e até me preparei para o forno, mas mesmo assim não consegui superar os +30°C, parando nos 25km.
Agora, em 2015, eu tinha que desempatar o placar, de qualquer jeito. Minhas duas primeiras maratonas, em 2010 e 2011, foram em São Paulo.
Fiz uma preparação satisfatória. Não estava com muita velocidade, mas a resistência estava razoável e a motivação estava ideal. Eu não queria performar em SP, apenas completar bem.
O retorno da prova para o mês de maio aumentou a chance de um clima ameno, e no dia da prova a temperatura estava bem mais agradável que em 2014.
Me posicionei na área de largada não muito longe da linha, cerca de 100 metros atrás. A quantidade de pessoas fazendo outras distâncias é um conceito que atrapalha no começo.
Com isso, consegui encaixar um ritmo confortável logo no início, e fui correndo em velocidade de cruzeiro, observando se estava tudo em ordem. Graças a Deus, nenhum problema relevante.
Procurei tomar água em todos os postos, e o gel carboidrato também foi consumido nos momentos planejados.
As parciais que eu marcava a cada 3km estavam levemente mais rápidas que o planejado, mas a sensação de esforço era agradável e confortável.
Passei a marca da meia maratona na casa de 2h05, mais rápido que o previsto, mas até ali estava tudo bem.
O problema começou na altura dos 24km. Após a passagem pela chegada das 15 milhas, na Av. Politécnica, senti um pequeno mal estar. Tentei continuar e ver se passava, mas a sensação foi piorando e resolvi andar.
A parte motivacional estava boa, desta vez eu não iria desistir. A musculatura também estava em ordem, sem cansaço relevante. Ainda dava para ir até o fim.
O problema mesmo era o mal estar. Sempre que eu voltava a correr, a sensação piorava.
Fui alternando trote e caminhada. Na USP, parei no pessoal do Adriano Bastos e conversei com o César. Tomei um pouco de Coca Cola para ver se melhorava, mas não funcionou.
O tempo já tinha ido para as cucuias. Eu só queria ir até a chegada para completar a prova mesmo, e não repetir o fracasso das outras vezes.
Chegando na avenida do Jóquei tinha um pessoal oferecendo laranja. É uma turma tradicional na maratona de São Paulo. Aceitei uns pedaços, mas aí a situação desandou de vez.
A laranja não caiu nada bem, e a partir dali o "hugo" me acompanhou até a chegada. Só não foi uma caminhada triste e melancólica porque eu estava motivado a ir até o fim.
Demorou, mas finalmente cheguei à região do Ibirapuera. Já tinha ligado para minha esposa Dayane avisando que ia "atrasar" (demorar). Minhas filhas estavam perto da Assembleia para fazer a chegada comigo, mas no fim apenas a Karina quis ir, e a Beatriz ficou com a mãe.
Um pequeno trotinho para aparecer na foto, e fim de jogo.
Tempo final, 5h13. Considerando a primeira metade em 2h05, a segunda ficou em 3h08 (!!).
A boa notícia ficou por conta do meu amigo Vagner Noronha, segundo colocado e melhor brasileiro na maratona (2h20).
Depois que voltei para casa, identifiquei que um dos motivos para o mal estar foi a reposição pobre. Perdi 5kg na prova, mesmo tomando água em quase todos os postos. Deveria ter tomado mais.
Pelo menos, deu para corrigir isso antes da maratona do Rio de Janeiro, em julho.
Parciais:
18.15 (3km)
17.08 (6km)
17.25 (9km)
17.34 (12km)
17.56 (15km) (1h28:17)
17.42 (18km)
18.31 (21km) (2h04:30)
18.01 (24km)
23.18 (27km)
25.58 (30km) (3h11:48)
26.30 (33km)
28.49 (36km)
29.46 (39km)
36.06 (42,2km)
GPS:
https://www.endomondo.com/workouts/524285333
https://www.strava.com/activities/306957325
ua